Chegamos em 2025!
A chegada de um novo ano sempre traz aquele mix de sentimentos. É como abrir uma nova página em um livro: a ansiedade gostosa sobre o que está por vir, a esperança renovada para mais um ciclo de 365 dias, os planos feitos com carinho e, claro, a boa e velha lista de metas. Para muitas de nós, essa lista é um ritual: tangibilizar sonhos, traçar objetivos e organizar nossos passos rumo ao que desejamos alcançar.
Mas, para outras, essa prática pode ser um gatilho de cobranças, um lembrete constante do que não foi feito ou um peso a carregar. Afinal, quem nunca se viu em meio a uma lista interminável, cheia de metas irreais e, sejamos francas, humanamente impossíveis de cumprir? E então, aquele instrumento que deveria apoiar nossos sonhos e nos ajudar a aproveitar melhor o tempo pode rapidamente se transformar em fonte de ansiedade. O desejo de “dar conta de tudo” vira um ciclo de frustração, um reforço do perfeccionismo e da sensação de que nunca somos o suficiente.
Como mulheres, somos frequentemente ensinadas a acreditar que precisamos ser perfeitas em tudo. No trabalho, em casa, nos relacionamentos – e até mesmo na forma como gerimos o nosso tempo. Isso contribui para o chamado “perfeccionismo feminino”, um fenômeno que tem sido associado ao aumento de casos de ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres têm duas vezes mais chance de sofrer de transtornos de ansiedade do que os homens.
E isso não é por acaso. Além das cobranças sociais, também carregamos uma pressão interna: é como se sempre precisássemos “dar conta de tudo” e nunca pudéssemos falhar. Esse desejo de controle, muitas vezes alimentado pelo medo de sermos julgadas ou de não sermos suficientes, se torna um ciclo desgastante.
Muitas mulheres trazem à terapia o seguinte questionamento: Por que não consigo relaxar? Relaxar parece algo simples, mas para quem está sempre “no modo alerta”, pode ser extremamente difícil. O perfeccionismo e o desejo de controle criam um ambiente mental onde o descanso é visto como perda de tempo ou sinal de fraqueza.
Na verdade, estudos mostram que mulheres que tentam fazer tudo ao mesmo tempo têm maior probabilidade de enfrentar exaustão emocional e burnout. Um levantamento recente revelou que 74% das mulheres sentem que precisam desempenhar múltiplos papéis na vida, muitas vezes sem o apoio ou reconhecimento necessário. Isso reforça a importância de repensarmos nossas metas e a forma como enxergamos o “sucesso”.
Um novo olhar para 2025
E se, neste ano, a lista de resoluções fosse diferente? Que tal incluir metas que priorizem seu bem-estar emocional e respeitem seus limites? Não se trata de abandonar os sonhos ou as ambições (não mesmo!), mas de cultivá-los com mais calma e gentileza consigo mesma. E não estou falando para não incluir aquela parte mais métrica também não, é para não deixar de incluir aquelas ações que passam despercebidas na correria do dia a dia. E quando a rotina engole nossa energia, começamos a funcionar no automático, e como já sabemos sobre nossa história de cobrança feminina, quando entramos no automático, o automática se trata de fazer tudo que é obrigação, e infelizmente não aprendemos socialmente que nós somos nossa obrigação. 🙁
Aqui estão algumas ideias para lembrar de se priorizar (não esquecendo tudo que você quer alcançar nesse ano):
1) Pratique a autocompaixão: Lembre-se de que você não precisa ser perfeita para ser suficiente. Estudos mostram que pessoas que praticam autocompaixão são mais resilientes e lidam melhor com os desafios.
2) Crie metas alcançáveis: Divida seus objetivos em pequenos passos e organize prazos para dar seus “checks” (se semanal ficar mais difícil pode ser mensal, trimestral.. O importante é ir acompanhando). Isso aumenta a chance de sucesso e reduz a sensação de sobrecarga.
3) Priorize o descanso: Inclua na sua rotina espaços para relaxar. Isso não é perda de tempo – é autocuidado. Sei que pode parecer clichê, mas é muito importante relaxar, descansar, aquele clássico “fazer nada”. Você vai ver os efeitos no seu corpo, no seu sono..
4) Desapegue do controle: Talvez um dos mais difíceis da vida, eu sei, mas nem tudo precisa estar sob seu comando. Aceitar o imprevisto pode trazer mais leveza para a sua vida.
Que 2025 seja o ano em que você se permita ser humana, com suas falhas e vitórias. Se você sente que precisa de ajuda para lidar com essas cobranças, ansiedade ou perfeccionismo, saiba que você não está sozinha. Meu trabalho como psicóloga é justamente apoiar mulheres como você a encontrar um caminho mais leve e conectado com sua essência.
Se esse texto ressoou com você, convido você a conhecer mais sobre meu trabalho e como a psicoterapia pode ser uma aliada nesse novo ciclo. Vamos juntas construir uma vida com mais liberdade, menos cobrança e mais bem-estar. Afinal, você merece!